domingo, agosto 17, 2008

Apenas um instante


Num instante
O solavanco saí do meu avesso
E transforma o que era medo
Em um fazer travesso
Transformando as horas em enredo.

Num instante
O que me era só um jeito
Passa a ser minha vontade
E explode mil fagulhas no meu peito
Vaidade, mistério, segredo e ansiedade.

Num instante
Era simples o tocar de suas mãos
Mas repentinamente sinto enormemente
Que quero procurar tudo
Tudo profundamente.

Num instante
A boca eram só palavras
Que ecoam simples
Mas de repente, de gesto em gesto
Descubro-me em você
Uma nova esfera de mim

Num instante
Era tão desconhecido
Mas agora, no calor da hora
Sei tudo o que queria
E que me basta.

Num instante
Minha vida que era simples
De um viver de cada dia
Tornou-se uma coisa densa
De uma vida que não é mais minha.



Por Marighetti

Outras Coisas

Encontro meus longos passos
Em cada verso colorido
Que juntos amarram como laços
Minha vida parca.

Meu passado
Ecoa presente nas vozes que ouço
E naquilo que vejo à distância
Mas que cortam minha pele
E me arrancam do meu corpo.

Vez ou outra eu sou,
Em resumo sintético
Um desenho abstrato
Pintado de cor marrom
E esquecido no fundo do armário



Por Marighetti

sábado, agosto 16, 2008

Lágrimas de Pedra


Dos meus braços
Sinto o peso dessa modernidade:
fantasia, individualismo e futilidade.
Dos meus olhos brotam
lágrimas de pedra
que reúno para construir um mundo novo.



Por Marighetti

domingo, agosto 10, 2008

O melhor de mim mesmo


O melhor de mim
É um banco vazio
Onde se senta ao retorno.
O melhor de mim
Nada é de especial
Nem surpreendente, nem sensual,
Pois o melhor de mim sou eu mesmo
Que é aquilo que te dou todo dia
E que usa só quando deseja.



Por Luiz Roberto Marighetti